Combate naval
Durante a invasão napoleónica, a esquadra inglesa travou combate com as forças de Junot, nas proximidades da Praia das Fontainhas, que, ainda hoje, é conhecida pela Praia do Inglês Morto.
Os franceses comandados por Junot, tinham-se apoderado de Portugal. A família real e a corte estavam no Brasil; o que havia de valoroso no exército fora enquadrado nas legiões de Bonaparte. Os ingleses tinham sido condenados na terra ocupada pelos invasores: sequestravam-lhes os bens, os lares e prendiam-nos. A guerra era contra a Inglaterra que Napoleão I desejava aniquilada.
Os navios ingleses bloqueavam Lisboa. Mangedle chefe da resignada marinha francesa praticava prodígios com os barcos de que dispunha e em cujo número entravam algumas fragatas portuguesas, abandonadas quando da largada para o Brasil.
Os navios ingleses bloqueavam Lisboa. Mangedle chefe da resignada marinha francesa praticava prodígios com os barcos de que dispunha e em cujo número entravam algumas fragatas portuguesas, abandonadas quando da largada para o Brasil.
"Na noite de 22 para 23 de Abril de 1808, pelas duas horas da manhã, a corveta francesa "Gaivota" comandada pelo tenente de mar Blond Plassond, fora atacada em frente de Paço de Arcos por cinco barcos britânicos tripulados por 150 homens. Várias vezes se tentou a abordagem, mas, sendo as embarcações inglesas de pequeno calado, foram recebidas pela artilharia de bordo. Chegara a haver encontros à arma branca, sendo morto o comandante da expedição que saíra de bordo da "The Nymph" com os seus homens, tentado por um feito de vulto. Era o tenente Courray Shiply que contava apenas 25 anos. O seu chapéu e pistola ficaram em poder do capitão da "Gaivota", Blond Plassond, pois o oficial britânico lançara-se na abordagem até ao convés do navio inimigo. Morrera o soldado Glaner da 4ª companhia hanoveriana e houvera oito feridos. O boletim francês dizia "os ingleses quiseram festejar o dia do aniversário de S. Jorge, mas ficaram enganados. Não é assim que o exército francês tem solenizado o aniversário da coroação do seu Imperador e da batalha de Marengo".
O corpo deste heróico oficial jaz num túmulo modesto, com uma inscrição em inglês. O túmulo é de granito e situa-se junto ao muro da mata que serve de fundo à praia onde foi encontrado o corpo do ilustre marinheiro.
A tradução do epitáfio, que é um modelo de inscrições sepulcrais, é a seguinte: "Este monumento é consagrado à memória de Sir Courray Shiphy, de idade 25 anos. Foi capitão do navio de S.M.B. "The Nymph". Morto no ataque de uma embarcação de guerra inimiga, perto do Tejo, no dia 22 de Abril de 1808. Acasos que a sabedoria humana não pode prever, nem, qualquer esforço evitar, malograram o ataque e terminaram a curta mas distinta carreira do seu comandante. Enquanto, porém, existir o seu nome nos anais da fama e na lembrança da sua pátria, é de esperar que os homens bons e valentes de qualquer nação acatem as suas cinzas e contemplem respeitosos e última morada de um Herói".
O corpo deste heróico oficial jaz num túmulo modesto, com uma inscrição em inglês. O túmulo é de granito e situa-se junto ao muro da mata que serve de fundo à praia onde foi encontrado o corpo do ilustre marinheiro.
A tradução do epitáfio, que é um modelo de inscrições sepulcrais, é a seguinte: "Este monumento é consagrado à memória de Sir Courray Shiphy, de idade 25 anos. Foi capitão do navio de S.M.B. "The Nymph". Morto no ataque de uma embarcação de guerra inimiga, perto do Tejo, no dia 22 de Abril de 1808. Acasos que a sabedoria humana não pode prever, nem, qualquer esforço evitar, malograram o ataque e terminaram a curta mas distinta carreira do seu comandante. Enquanto, porém, existir o seu nome nos anais da fama e na lembrança da sua pátria, é de esperar que os homens bons e valentes de qualquer nação acatem as suas cinzas e contemplem respeitosos e última morada de um Herói".
Este túmulo histórico que guarda o pó de Courray Shiphy, comandante da "The Nymph" representa um modesto mas venerado monumento ao valor dum heróico e jovem marinheiro que morreu a combater pela libertação de Portugal no dia de S. Jorge, evocado como patrono comum dos exércitos das duas nações através dos tempos desde que Portugal renegara o brado por S. Tiago.
Em Julho de 1941 durante o assentamento de caixões de cimento para a doca então em construção, notou-se que um deles não se ajeitava bem. Por esse motivo desceu um mergulhador, tendo verificado que naquele local se encontrava o casco de um velho navio de guerra com muita ferrugem e canhões. Conseguiram tirar dois canhões de ferro com cerca de três metros de comprimento, um dos quais em bom estado de conservação. O outro estava partido. Supõe-se terem pertencido à "The Nymph".
Em Julho de 1941 durante o assentamento de caixões de cimento para a doca então em construção, notou-se que um deles não se ajeitava bem. Por esse motivo desceu um mergulhador, tendo verificado que naquele local se encontrava o casco de um velho navio de guerra com muita ferrugem e canhões. Conseguiram tirar dois canhões de ferro com cerca de três metros de comprimento, um dos quais em bom estado de conservação. O outro estava partido. Supõe-se terem pertencido à "The Nymph".
Texto de M.P. Videira em, "Monografia de Paço de Arcos (Apontamentos), 1947.
Colaboração do Bardino Vitor Martinez.
1 comentário:
Exemplar descrição.
Mais um feito de vulto para as águas de Paço de Arcos, que, como é sabido, haveria de ter muitos mais feitos heróicos, a maior parte dos quais, decerto, já não chegarão á luz do dia.
Coisas da história.
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