25 de setembro de 2010

JANTAR MENSAL


Realizou-se na passada quinta-feira, dia 23 de Setembro, mais uma Assembleia/Jantar da Bardinagem, que desta vez teve lugar no Restaurante Queque, do Manel, ali por cima da linha, junto às Finanças da nossa vila.

Como é hábito faltaram alguns bardinos à chamada, uns por razões de força maior, outros talvez por razões de força menor, estando ausentes desta vez os bardinos Sampaio (tanto mar, tanto mar!!! e um abraço daqui de PA), Rafael, Mário de Almeida e Tormenta.

Foi um repasto agradável, onde se comeu bem (Chamuças, Caril de Camarão, Lombo de Porco e de Vitela, etc...) e se bebeu melhor (o tinto e o branco do Burmeister ficou cá atravessado!!!), se conversou muito, se debateram algumas ideias, se falou da nossa vila, do CDPA, dos Bombeiros, de muita, muita coisa, tudo isto num ambiente calmo e agradável, com muita gritaria à mistura, aliás como já vendo sendo habitual!!!

A reunião contou mais uma vez com a presença, que já se vai tornando indispensável, do Bardino-correspondente Alexandre Baiona, que animou, e de que maneira, todo o repasto, contando estórias sem fim, umas a seguir às outras, de tal forma que, se ainda lá estivéssemos sentados, de certeza que ainda não se teria calado!!!

É uma companhia e um parceiro formidável (não desfazendo!!!!) e já está quase comprometido a vir a Paço de Arcos uma vez por mês para não perder as assembleias gerais da bardinagem.

Tal como é habitual, aqui fica uma reportagem fotográfica do acontecimento, que só não é mais variada porque, nos entretantos, acabaram-se as pilhas ao fotógrafo, ou melhor, à máquina fotográfica do dito profissional!!!


Tal como foi prometido ao próprio, aqui está
a prova provada que o Bardino Castro esteve
presente à Assembleia / Jantar.



Primeiro aspecto geral da Mesa da Assembleia.


Segundo aspecto geral da dita, cuja, Mesa.


A BARDINAGEM PRESENTE

Bardino Vitor Pestana


Bardino Carlos Neves


Bardino Castro


O Mandante, Bardino José Manuel Rodrigues


O Secretário, Bardino Fernando Reigosa


Bardino Hélder


Bardino-correspondente Alexandre Baiona


Bardino Nortadas


Bardino Carlos André


Bardino Nicha


Bardino Vitor Martinez


Como não podia deixar de acontecer, o Bardino Nicha
deliciou-se com uma excelente sobremesa,
um "ovinho estrelado à maneira"!!!


O "dito cujo"!!!


O Bardino Nicha a tomar balanço!!!


O Bardino Nicha a molhar o pãozinho!!


Hum!!!, uma delícia!!!


O Bardino Carlos André até estava "estupefacto"!!!



Apanhados I


Apanhados II


Apanhados III


Apanhados IV


Apanhados V


Apanhados VI


Apanhados VII


Um bonito sorriso de satisfação do Mandante.


O Bardino-correspondente Alexandre Baiona brindou-nos com
uma série infindável de estórias da sua profunda admiração
pelo pessoal da Divisão de Trânsito da GNR.


O quê, mais uma multa???!!! Porra qu'é demais!!!


Tás a ver, né?! Fiz um basqueiro do caraças
mas tive de pagar na mesma, né???!!!



O gajo multou-me a 10 metros da porta de casa, pá!!!!


Interlúdio!!!


Os gajos são uns gajos porreiros, pá,
não percebem é nada daquilo!!!



Isto o melhor é beber mais um copo
qu'é pra esquecer as desgraças!!!




Entretanto acabaram-se as pilhas e ficámos por aqui!!!

Até ao próximo!!!



Colaboração do Bardino Vitor Martinez.


PELO PASSEIO MARÍTIMO


NÃO DUROU SEIS MESES!!!






Como se pode constatar pelas fotos juntas, a falta de civismo é, no noso país, um "bem adquirido"!!!

Não há nada a fazer!!! (ou haverá???!!!).





Colaboração do Bardino Vitor Martinez.


6 de setembro de 2010

AS FESTAS DE PAÇO DE ARCOS 08

FESTAS DO SENHOR JESUS
DOS NAVEGANTES


Outras provas se desenrolavam com especial agrado na Avenida Marquês de Pombal com relevo para o atletismo, o salto em comprimento e em altura, lançamento do peso, corrida de 100 metros, bem como em redor do jardim, que na altura era oval visto não existir ainda a Avenida Marginal, que só foi inaugurada em 1940.

Alguns atletas de nomeada se deslocaram a Paço de Arcos, como o Dr. Salazar Correia, campeão de 100 metros e Gentil dos Santos, representante do C.l.F., no salto em altura, que competiram, por volta de 1926, com atletas da nossa terra: os Cabritas, Joaquim Fiúza e Manuel Nogueira, no salto em altura; tendo este último sido também um óptimo representante no peso, salto em comprimento e em velocidade, destacando-se nesta modalidade, igualmente, o nosso Mário Alexandre.




Mas as competições não se ficavam por aqui, pois, por exemplo em 1925, da muralha pombalina da praia se disputavam saltos artísticos para a água com a seguinte classificação:

1.° José Ribeiro; 2.° José Teixeira; 3.° Fernando Rosado (China); 4° Artur Braga; 5.° Vital Matias; 6.° José Duarte; 7 ° António Almeida; 8.° Joaquim Casquinha, e José Machado Passos (Ne) venceu a Taça da Milha ao chegar em primeiro na prova Caxias-Paço de Arcos.

Mais tarde, nesta mesma prova, distinguiram-se os consagrados campeões Mário Simas e Madeira, do Algés e Dafundo, e os nossos Jovita, José Machado Passos (Ne), Morales de los Rios, etc, etc., também se disputando provas Cais-a-Cais da muralha pombalina aos Socorros a Náufragos, provas que já voltaram novamente a realizar-se.

As regatas à vela também eram uma constante ao longo dos vários anos, mantendo-se ainda até hoje com as "Jornadas Náuticas" - Patrão Lopes", bem como as gincanas disputadas na parte central do Jardim ou no rinque do mesmo, em que avultavam as corridas de sacos, corridas a tres-pés, corridas de colher com ovo, ou as corridas-negativas de bicicleta, em que o desportista, sem pousar os pés no chão, ganharia quanto mais tempo levasse a fazer o seu percurso. Todos estarão bem lembrados das provas em que a bicicleta ficava minutos sem arredar do sítio em que estava!

Mas as festas recreativas não eram só isto, havia também espírito inventivo.




Repare-se no mini-comboio que fez as delícias da rapaziada no centro da Avenida. Trouxe-o o Arquitecto Melo Raposo.

No jogo proporcionado aos "concorrentes pescadores", no lago existente na altura ao lado do coreto, aqueles pescavam com um anzol munido de íman o(s) peixe(s) de plástico de argola na boca. Lembra-se que esta foi uma iniciativa do Comandante dos Bombeiros Carlos Ramos.

Mas não era só: ainda se recordam da "barraca dos cavalinhos", que, funcionando numa mesa circular, movia os "bichos", com uma manivela e era ver qual o primeiro cavalo a chegar? O "assistente" era o João Roque Trindade - o pai dos José e João Trindade. Havia grande participação da população - todos eram pelas suas festas.

E havia o stand do Comércio que reunia os concorrentes locais - um cada noite e no final das rifas, no último dia, a junção de esforços de todos que saltavam para o balcão procedendo a disputadíssimo leilão. E as receitas? As receitas eram para as Festas - pois "para o ano há mais, não é verdade?"




Uma última palavra para a Sociedade de Instrução Musical de Paço de Arcos (SIMPA) que, com a sua banda, abrilhantava as tardes de domingo e algumas das noites, possuindo igualmente a sua barraca. Igualmente uma palavra para a barraca das Osgas. Era uma "tasquinha" dinamizada pelo Inspector de Incêndios José de Oliveira Raposo, que a desenhou, e executada pelo nosso querido amigo José Duarte. Como vimos, os objectivos de solidariedade que, através dos tempos, animavam os mordomos da festa - primeiro com os bodos a pobres e, até em 1958, os lucros com o propósito de se construir um bairro económico para carenciados da Freguesia!




Deste longo dobrar de olhos pelo antigamente, vistoriando o passado, fica-nos, por entre um arsenal de emoções de buscas e achados de colaborações e entendimentos de fontes e riachos fica-nos dizia uma esperança não desempregada, uma certeza na continuidade das tradições desta bela terra, tradições que esta gente ímpar não deixará jamais morrer com a consciência arreigada de que cada um de nós é uma parte essencial na construção do seu futuro.

Um futuro umbilicalmente ligado às memórias do passado, que, em ondas de choque, ou dormentemente, se repercutem no presente e fluirão, com a força que lhes emprestarmos através de uma cidadania generosa e coerente, num porvir baseado no querer de tantas gerações -, que deram o seu melhor a estas terras!







Colaboração do Bardino Vitor Martinez.


5 de setembro de 2010

AS FESTAS DE PAÇO DE ARCOS 07

FESTAS DO SENHOR JESUS
DOS NAVEGANTES


Por Vontade do Povo


A procissão do Senhor Jesus dos Navegantes voltou a desfilar nas ruas de Paço de Arcos

"os devotos exigiram afastamento do pároco da freguesia".


Devido a divergências surgidas entre o prior de Paço de Arcos e os paroquianos daquela freguesia, a saída da Procissão do Senhor Jesus dos Navegantes, que tradicionalmente se realiza no dia 25 de Agosto, integrada no programa dos festejos locais, esteve, este ano, seriamente comprometida.

Manifestando o seu desagrado pelo facto de o povo não ter conparecido ás reuniões para que fora convocado e devido á ausência das 50 pessoas encarregadas de organizar a procissão, o Prior de Paço de Arcos, Rev. Cândido Poli, da Ordem dos Missionários Comboníanos, recusara-se a efectuar a cerimónia.




Nem mesmo um grupo de homens e mulheres que, posteriormente, se apresentou na igreja, com o propósito de colaborar, o levou a desistir da decisão tomada. Em tais circunstancias, o litígio continuou, a partir daí, com maiores e mais graves consequências. Nas ruas, ás mesas dos cafés e á porta dos estabelecimentos, o caso passou, nos últimos dias, a ser objecto dos mais vivos protestos.

Contudo, a procissão do Senhor Jesus dos Navegantes saiu ontem para a rua, por vontade de milhares de pessoas que, vindas de todas as freguesias mais próximas, souberam cumprir, com o maior civismo, essa tradição secular.

Nem tudo, porém, se tornou fácil para os habitantes de Paço de Arcos. No passado sábado, e uma vez que o prior, não obstante a insistência dos paroquianos, se recusava a autorizar a organização da procissão, muitos populares concentraram-se junto á igreja nova e dali não saíram sem levar a imagem do Senhor Jesus dos Navegantes, que foi, transportada para a antiga capela de Paço de Arcos, onde mui-tos daqueles permaneceram em vigilância durante toda a noite.

Entretanto, algumas comissões para o efeito constituídas, participaram o que se passava ao Patriarcado, ás Forças Armadas e á P.S.P. encontrando por parte dessas entidades o maior apoio para a realização da cerimónia, mesmo sem a presença do pároco.




O povo exigiu o afastamento do pároco local

É o desejo unânime do povo, a despeito de todas as contrarieades transformou-se em ordem. Cerca das 77 h, de ontem, tal como estava previsto, o andor do Senhor Jesus dos Navegantes, seguido da fanfarra de clarins e tambores dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos, e de milhares de fiéis, voltou a percorrer, mais uma vez, as ruas da localidade, tanbém apinhadas de gente.

Sem as habituais cerimónias, mas revelando bem a devoção de todos quantos nela se incorporaram, a procissão do Senhor Jesus dos Navegantes constituiu, sem duvida, uma das mais espontâneas manifestações de fé dos últimos anos.

Percorridas as principais artérias da vila, a imagem recolheu á velha capela, onde ficou exposta até ao fim do dia. Antes, porém, a multidão, saudando calorosamente os elementos dos bombeiros voluntários e as forças da PS.P, que mantiveram a ordem durante todo o percurso, exigiu o afastamento do padre Cândido Poli bem como a sua imediata substituição.

Esta exigência, aliás, foi ainda manifestada com maior insistência quando o paroquiano Amilcar de Oliveira Tavares, responsável pela orientação do cortejo, afirmou que "a procissão, especialmente este ano, teria sido digna da presidência de um cardeal, mas nunca de um padre tão prepotente, como o é o da freguesia de Paço de Arcos".




As festividades prosseguem até final da semana

As tradicionais festividades em honra do Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos, prolongam-se até ao final da semana, com diversas manifestações de carácter recreativo, cultural e desportivo. Entretanto, no Jardim Público, na Avenida Marquês de Pombal, prossegue, com grande animação, o arraial popular, que inclui, além de outros atractivos e divertimentos, esplanadas e restaurante.

Além das touradas, que já relatámos, eram sempre muito acarinhadas as cavalhadas, que se disputavam na parte central da Avenida Marquês de Pombal, e uma outra vez junto ao rio num espectáculo de beleza e entusiasmo e que vieram, infelizmente, a deixar de se disputar a partir de 1971, tendo apenas mais uma presença esporádica nos terrenos da Escola Náutica.

As cavalhadas vêem as suas raízes nos torneios disputados na Idade Média, servindo outrora de exercício militar no intervalo das guerras, bem como da prática galante em voga nas Cortes.

Reservadas em tempos remotos apenas aos cavaleiros e escudeiros, consistiam numa sequência de jogos a cavalo com canas e argolinhas, ou com armas verdadeiras, embora embotadas, como aconteceu nas festas municipais de 1415, em que o próprio Rei D. Afonso V participou.

Nas festas do Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos a disputa das cavalhadas, que se processou anos a fio, era um espectáculo sempre do inteiro agrado de numerosíssima assistência, tendo-se, nalgumas ocasiões, recorrido a extensas bancadas cedidas pela Casa Pia ou pela Câmara de Lisboa.

O jogo consiste em os cavaleiros, montados nos respectivos cavalos, partirem de um ponto marcado, um de cada vez, tentando enfiar a sua lança numa argola que, ao ser acertada, faz abrir-se a porta de uma pequena gaiola, arrastando consigo o prémio - um galo, coelho ou pombo a que estava ligado por um fio.




Habitualmente, o cavaleiro, ao obter êxito na sua investida, oferecia o prémio à sua madrinha ou a qualquer personalidade que pretendesse homenagear, no que, eventualmente, era considerada a dama de sua afeição, aos progenitores ou político presente.

Grandes figuras passaram pelas cavalhadas de Paço de Arcos. Casimiro, D. António da Lousa, D. José, D. Alexandre de Mascarenhas, e mais tarde D. António de Mascarenhas, Dr. João Moreira Melo, os vários Baptistas de Porto Salvo, os cavaleiros tauromáquicos Frederico Cunha e Emídio Pinto e sua irmã Margarida Pinto, o benjamim dos concorrentes.

As cavalhadas eram precedidas de polícromo cortejo alegórico, com os cavaleiros impecavelmente trajados à Marialva, corcoveando nas suas montadas ricamente ajaezadas e alguns carros engalanados a rigor, transportando as madrinhas e as lanças para os concursos.

Em regra, o desfile começava no ex-matadouro de Paço de Arcos, que ainda funcionava, e percorria as principais ruas da vila, alegremente acompanhado por uma banda de música que ficava para abrilhantar o torneio que se desenrolava na parte central do nosso jardim, ou, excepcionalmente nos anos 30 junto ao molhe do lado do rio.






Colaboração do Bardino Vitor Martinez.