28 de maio de 2012

O NAUFRÁGIO DO SANTA MAFALDA

 

 O NAUFRÁGIO DO SANTA MAFALDA

Já há algum tempo que não inserimos aqui alguns acontecimentos que fizeram a História de Paço de Arcos e das suas instituições.

Uma das mais prestigiadas instituições da nossa vila é a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos (AHBVPA), que congrega um corpo de bombeiros voluntários extremamente abnegado e altamente qualificado.

Há dias, ao folhear a brochura intitulada "OS BOMBEIROS DE PAÇO DE ARCOS, 1893-1993", da autoria do ilustre historiador paçoarcuense Rogério Gonçalves, deparou-se-me a narrativa de um naufrágio que muito poucas vezes é mencionado nas conversas pela nossa vila, e onde os bombeiros de Paço de Arcos tiveram acção decisiva no salvamento de vidas que se encontravam a bordo do navio "Santa Mafalda", na altura do naufrágio.

Assim, e com a devida vénia da página da AHBVPA, transcrevemos a seguir como foi a decisiva e valorosa actuação dos bombeiros de Paço de Arcos nesse acidente.

"Pelas onze horas e cinquenta minutos do dia vinte e dois de Janeiro do corrente ano foi recebido nesta Associação um telefonema da Torre de S. Julião da Barra, informando que o barco de pesca Santa Mafalda A971-N encalhara em frente ao referido Forte. Dado o alarme todo o pessoal disponível compareceu seguindo sem perda de tempo para o local do sinistro, transportando-se no auto porta-cabos, nos Jeeps nºs 1 e 2 e nas ambulâncias nºs 2 e 3.

Chegados ao local e verificada a grave situação do barco, foi estabelecido o serviço lançando-se um foguete de 300m. o qual atingiu o alvo. Montado o cabo singelo e o de vai-e-vem, procedeu-se ao salvamento do pessoal que se encontrava a bordo. Foram retirados trinta e um tripulantes e um cão.

Todo o serviço desde a chegada ao local até ao último elemento salvo decorreu em uma hora e cinco minutos.

... Todos os tripulantes foram conduzidos nas ambulâncias desta Corporação e nas dos voluntários de Oeiras, à Estação do Instituto de Socorros a Náufragos em Paço de Arcos, onde os assistiu voluntariamente o Exmo. Sr. Dr. César Abel, residente em Oeiras e o Exmo. Sr. Dr. Trindade Brás, Vice Presidente desta Associação."

O Barco Santa Mafalda, estava avaliado em cerca de 40.000 contos, saíra do cais do Poço do Bispo, com 13 tripulantes e 68 pescadores, rumo aos bancos bacalhoeiros da Terra Nova. Ao passar junto a São Julião da Barra, uma avaria no leme fê-lo guinar para estibordo e encalhar nos rochedos. Os pilotos da barra recolheram 41 homens e os restantes foram salvos pelas corporações de bombeiros de Paço de Arcos, Cascais e Oeiras.

No dia seguinte, as parangonas no "Diário de Notícias", diziam:

"Naufrágio na Barra de Lisboa
O desespero do Homem
e a Indiferença do Mar
Rasgado pelas rochas de São Julião
o Santa Mafalda acaba à vista do Oceano"


(da página oficial da AHBVPA)


Colaboração do Bardino Vitor Martinez.


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