6 de março de 2012

SILÊNCIO QUE SE VAI CANTAR O FADO!


FINALMENTE!!!


O grande bardino fadista Rafael Ferreira aqui no blog d'Os Bardinos a cantar um fadinho, à maneira!!!

Silêncio que se vai cantar o fado!!






Colaboração do Bardino Vitor Martinez


A PENSÃO MOREIRA

1958 XIII Campeonato do Mundo – Porto
A consagração

Após a conquista da “Taça Lusitânia”, no Torneio da Páscoa em Montreux, a nossa delegação foi informada que Alberto Moreira, Fernando Adrião, Francisco Velasco e Amadeu Bouçós, tinham sido convocados para integrar o lote de jogadores da Selecção Nacional, em trabalhos com vista ao Mundial que se realizaria no Porto.

Sempre que estávamos em Lisboa, nossa segunda casa, instalávamo-nos no Hotel Miraparque, convenientemente fronteiro ao Pavilhão de Desportos onde se efectuavam os treinos. Todavia, como eu estava cansado do ambiente de hotéis, de turistas e comerciantes, decidi mudar de ares. Assim, arrumei os meus haveres e peguei um táxi, dando-lhe instruções para que seguisse pela marginal. Para onde? – Questionava ele e eu respondia-lhe: Vá andando…

Momentos depois, dei subitamente com um sinal de tráfico que apontava para “Paço de Arcos” – Siga por aí! – Gritei-lhe, entusiasmado. Aquela era a terra do Emídio Pinto, do Jesus Correia e do Correia dos Santos, grandes ícones da minha juventude. Com uma guinada o motorista fez o desvio e entramos lentamente na Vila até que o mandei parar, mal li numa fachada o nome “Pensão Moreira”. Um edifício antigo, com uma entrada estreita e o desafio imediato de trinta degraus em linha recta até ao piso superior.

Instalado numa suite enorme com vista para o mar, sempre mais barata que os quartos dos hotéis, informei a Federação do meu novo endereço e deixei mensagens aos meus colegas para que não pensassem que tinha sido raptado. Depois das arrumações, desci, escolhendo uma direcção e fui andando até dar com a Esplanada dos Cacetes, ponto de encontro dos locais. Sentei-me para uma bica, e pouco tempo depois estava rodeado por pessoas anónimas que tinham acabado por me reconhecer. Foi com emoção que retribui as manifestações de carinho com que me prodigalizaram. As notícias voam céleres e minutos depois estava abraçado ao Virgílio que possuía um talho mesmo defronte da Pensão.

Dois dias depois chegavam os meus companheiros, Moreira, Adrião e Bouçós, (que devem ter sentido falta da minha companhia?) e a partir de então, os “Cacetes” passou a ser o local de reunião, onde as brincadeiras e piadas eram uma constante que nos divertia imenso. A Pensão ficou por nossa conta, pois os hóspedes eram meia dúzia de velhotes que nunca protestaram com o alarido que causávamos ou com o toque estridente da campainha, uma daquelas de se puxar por uma corda ao alcance de quem chegava à porta.

Cumprimos os treinos em Lisboa e partimos para o Norte, para o estágio que teve lugar na Estalagem do Lidador, na Maia, sob a inesquecível liderança de Emídio Pinto, auxiliado pelo treinador António Henriques e que deram origem à Grande Família que se formou e se solidificou de forma tranquila e em franca camaradagem.

Quando me refiro à Grande Família, ela não se trata duma figura de retórica, existiu mesmo e nasceu na Esplanada dos Cacetes e consolidando-se eventualmente na Maia, na Estalagem do Lidador.

Tenho novamente de render a minha homenagem ao Seleccionador Nacional Emídio Pinto, esse grande leader que duma forma notável deixou de lado a tabuleta do cargo e passou a ser um de nós. Brincalhão, como todos os outros, incluindo o impagável António Henriques, seu treinador adjunto, dirigiu o barco sem ser visto a comandar mas rumando sempre na direcção que deve ser o objectivo primordial de qualquer seleccionador ou treinador: Criar o espírito de Grupo.

(Texto publicado no Blog Fernando Velasco)




Colaboração do Bardino Vitor Martinez.



A PENSÃO MOREIRA


Encontrámos no jornal "A Voz de Paço de Arcos" um texto do bardino Fernando Sampaio, que em tempos foi publicado aqui no blog.


Dada a actualidade de que o referido texto dá mostra, assim como vir acompanhado nesta publicação do jornal por uma foto do interior da Pensão Moreira, que é um documento de alguma raridade, tomamos a liberdade de o publicar novamente.

Curiosamente, aquando de algumas pesquisas na internet em referência à Pensão Moreira, encontrámos um outro texto, extremamente curioso, da autoria de um hoquista famoso, de seu nome Velasco, campeão do mundo e que publicaremos no post seguinte.

Com a devida vénia à "Voz de Paço de Arcos" pela publicação da foto, aqui fica o texto do bardino Fernando Sampaio.


A PENSÃO MOREIRA

Pensão Moreira - Sala de Jantar

Quem não se lembra da saudosa pensão Moreira? Quantos de nós nos idos anos de cinquenta do século passado iniciámos a nossa internacionalização com alegres grupos de espanholas que demandavam as nossas paragens com a convicção de que estavam a visitar o melhor sítio do mundo?

Por onde ficou a selecção dos moçambicanos para a preparação da conquista de mais um campeonato do mundo de hóquei em patins (facto já referido nos nossos apontamentos)?

E que dizer do Ravella, que integrava um grupo mundial de luta livre, e tinha por hábito numa simples refeição varrer meia dúzia de frangos ou duas centenas de sardinhas assadas, junto à bomba do Abílio, nas instalações do armazém de vinhos?

Pois, da pensão Moreira pode dizer-se que deixou saudades, mas o que verdadeiramente se lamenta é que Paço de Arcos não tenha no seu centro uma simples residencial que estimule a visita e pernoita de forasteiros atraídos pelas nossas belezas (e são bastantes); a rua Costa Pinto, no imóvel agora pertença da Câmara situado ao lado da farmácia, ou no espectacular edifício onde funcionou o centro da Mocidade Portuguesa (versus Dany/prof Coelho) seria uma boa resposta a essa necessidade.

Bardino Fernando Sampaio