28 de agosto de 2009

AS FESTAS 01

Começam hoje as Festas do Senhor Jesus dos Navegantes, patrono das gentes do mar, em Paço de Arcos.

No Jardim Marquês de Pombal, comes-e-bebes, artesanato, diversão e espectáculos culturais são os ingredientes de mais umas Festas da nossa vila.

Por aqui daremos conta do que mais relevante por lá acontecer!!!

Bora lá às Festas de Paço de Arcos!!!


Colaboração do Bardino Vitor Martinez


27 de agosto de 2009

FIGURAS DA VILA 06




À VOLTA DO PATRÃO LOPES



A PRAÇA PATRÃO JOAQUIM LOPES, EM OLHÃO




Nascido em Olhão, Patrão Joaquim Lopes tem aí uma praça, que é um bonito jardim em frente à Ria Formosa, inaugurado em 1957 com o seu nome e onde se localiza um monumento à sua figura com um busto igual ao que se encontra no Jardim de Paço de Arcos da autoria do escultor José Moreira Rato, que ali foi colocado no ano de 1976 e onde podem ser encontrados uns versos de Tomaz Ribeiro:

"Ganhou que as traz ao peito hábitos e medalhas
Nunca matando irmãos, mas a rasgar mortalhas".


A maqueta deste busto encontra-se no Museu de José Malhoa, nas Caldas da Rainha, onde pode ser apreciada.


O INSTITUTO DE SOCORROS A NÁUFRAGOS


Encontra-se localizado em Paço de Arcos, junto à Marginal, entre o Palácio dos Arcos e a Praia Velha, e ostenta o nome do Patrão Lopes, como se pode ver pela foto. Foi transferido de Belém para Paço de Arcos no ano de 1859.



O SALVA-VIDAS


Após o abate ao serviço pelo Instituto de Socorros a Náufragos, o salva-vidas "Patrão Joaquim Lopes" foi doado ao "Fórum Esposendense", tendo sofrido obras de restauro e rebatizado com o nome do rio que banha Esposende: "Rio Cávado".


O REBOCADOR "PATRÃO LOPES"


"Naufragou próximo do farol do Bugio a 29 de Fevereiro de 1936, durante a subida do Tejo, trazendo a reboque o batelão "Franz", que havia sido recuperado por se encontrar à deriva ao largo da barra de Lisboa. Na baía de Cascais o reboque passou a ser efectuado em paralelo (de braço dado), quando em determinado momento o salvadego bateu num baixio, provocando o afundamento do batelão. Acto contínuo, o casco do "Patrão Lopes" era arrombado pelos mastros do batelão, abrindo água a partir da casa das máquinas, de forma incontrolável, acabando igualmente por se afundar."

Era propriedade da Armada do governo português, pertença do Instituto de Socorros a Náufragos, tendo sido construído na Alemanha em Abril de 1880 e tendo passado por São Petersburgo, com o nome de "Newa", entre os anos de 1880 a 1916.


A CASA DO PATRÃO LOPES


A casa onde morava o Patrão Joaquim Lopes situa-se na rua principal de Paço de Arcos, a Rua Costa Pinto, e fica perto do Restaurante Casa da Dízima, junto à antiga bomba da gasolina, do lado esquerdo de quem entra em Paço de Arcos,,vindo da Marginal. É uma casa térrea que à partida não se distingue das outras que a rodeiam e que, digo eu, poderia ser devidamente restaurada e conservada para um espaço que, eventualmente, poderia estar relacionado com a vida e história de próprio Patrão Lopes.

Não sei a área disponível, não deve ser muito grande, mas com um bom projecto e se calhar não muito dispendioso, poderia ser um local onde a vida e os feitos deste homem pudessem ser revisitados por todos nós.


AVENIDA JOAQUIM PATRÃO LOPES


Tem o Patrão Lopes uma referência toponímica nas ruas de Paço de Arcos, com o seu nome dado a uma via que vai da Rua Costa Pinto subindo para o Largo da Estação e onde se localiza, numa esquina, uma casa de referência da nossa vila: a Pastelaria Oceania.


AS REGATAS DE "O DIA DO PATRÃO LOPES"


As primeiras regatas do "Dia do Patrão Lopes" realizaram-se a 1 de Setembro de 1946, incluídas já nos festejos do Senhor Jesus dos Navegantes, patrono das gentes do mar. Essas regatas, com algumas intermitências, têm-se realizado até aos dias de hoje, tendo, inclusive, sido instituído em 1964, o "Troféu Patrão Lopes", da autoria do escultor Domingos Soares Branco, e era destinado a quem ganhasse 3 vezes consecutivas ou 5 alternadas a grande regata oceânica Paço de Arcos/Sesimbra e volta. A primeira regata foi ganha pelo iate "Alverne" do dr. Guilherme de Oliveira, em 29/30 de Agosto de 1964.



A ROMAGEM DE SAUDADE


Todos os anos, por altura das festas do Senhor Jesus dos Navegantes, realiza-se uma homenagem junto ao monumento do Patrão Lopes, no Jardim Marquês de Pombal e recinto da feira, seguida depois de uma romagem ao cemitério de Oeiras, onde se encontram os restos mortais deste herói popular.


UM LIVRO


Sobre a figura heróica do Patrão Lopes, foi editado pela Câmara Municipal de Oeiras, no ano de 1998, ano do bicentenário do nascimento do Patrão Lopes, um livro da autoria do historiador Rogério de Oliveira Gonçalves e intitulado "O PATRÃO LOPES - de Paço de Arcos à Eternidade".

O livro, para quem estiver interessado, penso que ainda pode ser adquirido na Câmara Municipal de Oeiras/Gabinete de Relações Públicas e na Junta de Freguesia de Paço de Arcos, se esta ainda tiver livros em armazém.



Nota - Esta compilação de textos foi feita pelo Bardino Vitor Martinez, que agradece a todos os autores dos mesmos e das fotos, a possibilidade de aqui os reproduzir. A todos, e são muitos e alguns não identificados, o meu muito obrigado, mesmo não os citando por serem na realidade muito numerosos.


Colaboração do Bardino Vitor Martinez



26 de agosto de 2009

FIGURAS DA VILA 05

PATRÃO JOAQUIM LOPES
1798-1890


EL-REI D.LUÍS

Em 1859 salvas o Comandante e mais dois tripulantes do Stephanie, navio francês também encalhado no Bugio. És condecorado com a "Medalha de Dedicação e Mérito" e também com a "Medalha de Valor e Filantropia", ambas francesas.

A 19 de Fevereiro de 1864 salvas grande parte da tripulação do bergatim espanhol Achiles. A Espanha atribui-te a medalha de ouro "Distinção Humanitári".

Três dias depois, a 22 de Fevereiro, salvas toda a tripulação do iate português Almirante. Mais uma vez o Governo português nem sequer pia. Mas a 24 de Fevereiro El-rei D.Luís bate à porta da tua casa humilde. Toda a tua família e toda a população de Paço de Arcos ficam em polvorosa.

O monarca pergunta e tu vais contando os teus feitos, rude linguagem de lobo do mar, porém sincera até mais não poder. El-rei convida-te a visitá-lo no paço de Caxias, povoação vizinha de Paço de Arcos, e onde pousava transitoriamente. Aceitas o convite e no dia seguinte está no Paço de Caxias.

Entras, El-rei abraça-te e coloca-te ao pescoço o colar da Ordem da Torre e Espada, a mais alta condecoração portuguesa. E tu, rijo homem do mar, não tens vergonha de, comovido, soluçar contra o peito do teu monarca.

Mas uma coisa são as gloriosas condecorações, outra é a penúria em que tu vives. O Governo não se mexe, não quer saber do que está a acontecer em Paço de Arcos. Porém o Marquês Sá da Bandeira, deputado da Oposição, dispara o seu discurso como se fosse um arcabuz e o Governo, finalmente, abre os olhos: com a aprovação prévia do Parlamento, atribui-te uma pensão anual de 240 mil réis, transmissível à tua mulher e filhas, em caso de passamento teu. Se tu salvaste muitos da fúria das águas, Sá da Bandeira salvou-te da fúria da miséria...

As coisas começam a compor-se: em 1866 és nomeado mestre da Armada e graduado segundo-tenente, em diploma assinado por El-rei e pelo Visconde da Praia Grande.


BALANÇO

Em 1882, com 85 anos de idade e já tolhido das pernas, mandas que te amarrem ao leme e ainda tentas socorrer o Lucy, lugre francês. Felizmente o teu filho Quirino António, que estava fora de Paço de Arcos, ouviu o disparo do Forte de S.Julião da Barra e acorre a tempo de te obrigar a passar para a falua e é ele quem, no salva-vidas, efectua o salvamento.

Tomás Ribeiro, o poeta, dedica-te uma quadra:

Quando o Patrão já velho,
ao pé do mar assoma,
só de o encarar, o oceano,
se atemoriza e doma.

Em 1885 o poeta e o Marquês de Fronteira, teus amigos, mandam inscrever esses versos numa lápide que é afixada no frontispício da tua casa.

Fazes o balanço da tua vida, dizes:
- Se não me falham as contas, nem a memória, socorri mais de 53 navios e salvei mais de 300 vidas.


ULTIMATUM

Em 1890, Ultimatum da Inglaterra a Portugal, por causa dos territórios africanos que as duas nações disputam. Tens 92 anos mas ainda a necessária lucidez e fibra para devolver ao governo inglês as condecorações com que ele te agraciou. E para convencer os teu filhos a seguirem o teu exemplo.

O cortejo fúnebre sobre as águas do Tejo

Morres a 21 de Dezembro do mesmo ano. Consternação e luto em Paço de Arcos, as lojas com as portas fechadas, as embarcações a rumarem para a praia com bandeiras a meia-haste. A Marinha organiza o teu funeral, barcos de guerra a escoltarem o teu corpo até ao Arsenal, junto ao Terreiro do Paço, em Lisboa. No cortejo, por decisão de El-rei D.Carlos, também se integra o iate Amélia, assim chamado em homenagem à rainha sua esposa. Finalmente és sepultado no cemitério de Oeiras.

Quando hoje atravesso Paço de Arcos e vejo o teu busto de bronze no parque fronteiro ao mar, e depois o Instituto de Socorros a Náufragos que tu inspiraste e a Rainha D.Amélia concretizou, tenho sempre a sensação, não sei porquê, que ando contigo a remar rumo ao Bugio.



Fim da Parte IV

Texto de Fernando Correia da Silva

Colaboração do Bardino Vitor Martinez



25 de agosto de 2009

FIGURAS DA VILA 04

PATRÃO JOAQUIM LOPES
1798-1890


HOWARD PRIMOROSE

Um salvamento atrás do outro, mas aquele que te dá fama nacional e até internacional ocorre em 1856.

Os Fortes de S.Julião e do Bugio disparam tiros de alarme, a escuna inglesa Howard Primorose encalhara nos baixios da barra. Tu, mais o teu filho Quirino e uns tantos voluntários, logo saltam para a falua. Seis horas a remar e não consegues aproximar-te da escuna, a falua é muito pesada para manobrar entre baixios. A essa conclusão já tinham chegado os tripulantes de um escaler da Alfândega e de um vapor de guerra. Regressas a Paço de Arcos e vais buscar a tua canoa de pesca, embarcação bem mais ligeira. Mais 6 horas e a escuna, sob o impacto das vagas, ameaça partir-se ao meio. Mas, finalmente, vocês conseguem resgatar o comandante e mais cinco marinheiros. Apenas morreu um que, apavorado com o navio a destroçar-se, se atirara precipitadamente à água.

Desembarcas os sobreviventes na estação fluvial de Belém e contas as peripécias ao Comandante da corveta Oito de Julho. Também lhe passas os nomes dos teu camaradas salva-vidas.

Pela tua bravura o governo britânico atribuí-te a Medalha de Prata da Rainha Vitória e à tua marinhagem dá umas libras de ouro para aquecer os bolsos...

E as autoridades portuguesas? Não piam, ignoram o salvamento... Circunstância que provoca comentários da imprensa. É então que um oficial do Bugio, metido a esperto, se apresenta como o herói do feito, pois fora ele quem avistara a escuna encalhada e dera o sinal de alarme. História logo revelada pelo Jornal do Comércio. Em consequência, El-rei D.Pedro V atribui ao espertalhão a Torre e Espada, a mais importante condecoração portuguesa. Mas passados dois anos, o mesmo Jornal do Comércio repõe a verdade publicando os relatos da tripulação da escuna inglesa e do Comandante da corveta portuguesa Oito de Julho. Por forte pressão da imprensa, é-te por fim atribuída a medalha de prata de D.Pedro e D.Maria.

Também é organizada uma subscrição pública para compensar financeiramente o teu heroísmo. Mas tu recusas, tu devolves, tu refilas:
- Quem tem que me remunerar é o Governo, não é o Povo, porque eu não dependo nem quero depender da caridade pública...



SALVA-VIDAS DE BELÉM PARA PAÇO DE ARCOS

Em 1856 o Governo manda instalar um salva-vidas na estação fluvial de Belém. Embarcação a remos, leve porém robusta, muito mais do que tua canoa de pesca. Contudo, durante os naufrágios na barra, continuas a ser o primeiro a chegar! Compreende-se: estás melhor localizado...

Em Fevereiro de 1858 a escuna inglesa British Queen encalha junto ao Bugio. Dada a violência do mar, com a tua canoa de pesca mal consegues aproximar-te. Com muita dificuldade salvas apenas o Comandante e um cãozinho que por ali andava a nadar aflito por entre as vagas. A propósito, dizes para os teus marinheiros:
- Aquele ali também tem vida e é o melhor amigo do homem...

Recolhes o cão e regressas a terra juntamente com o Comandante da British Queen.

Apesar dos fracos resultados do salvamento, a Coroa inglesa agracia-te com a Medalha de Ouro de Mérito Humanitário. Toda a tua tripulação é também agraciada com a mesma medalha, mas de prata.

Finalmente, em 1859, o Governo transfere o salva-vidas de Belém para Paço de Arcos e coloca-o sob as tuas ordens. Resmungas: "mais vale tarde que nunca".


Fim da Parte III

Texto de Fernando Correia da Silva

Colaboração do Bardino Vitor Martinez


FIGURAS DA VILA 03

PATRÃO JOAQUIM LOPES
1798-1890


PRIMEIROS SALVAMENTOS

Junto a Paço de Arcos, o pequeno rio Oeiras desagua em plena foz do Tejo. Em Julho de 1823 um homem, com os filhos às costas, tenta atravessar a vau o rio Oeiras. Perde o pé e ambos são arrastados para longe. Forte é a correnteza e todos temem acudir. Tu não temes, varar e domar as águas que bem conheces, é contigo. Mergulhas, salvas a criança e depois o pai.

Pouco tempo depois, no Forte do Bugio, repetes a proeza quando te atiras à água para salvar um cabo de Artilharia, que tinha sido arrastado por uma vaga.

Em Paço de Arcos diz-se que tu fizeste jorrar generosidade e coragem desde Olhão até à foz do Tejo...


CASAMENTO

Em 1824 casas na Igreja de Oeiras (povoação ao lado de Paço de Arcos) com Maria do Rosário, tua prima em 3º grau, também ela natural de Olhão e tua prometida desde os teus 18 ou 19 anos. Maria do Rosário dar-te-á sete filhos, duas raparigas e cinco rapazes. Dois deles, Quirino António e Carlos Augusto, também irão distinguir-se, tal como tu, no socorro aos náufragos.




O NOVO PATRÃO DA FALUA

Em 1828, outro salvamento que impressiona o povo é o do Sargento Francisco de Sales, também ele envolvido e arrastado por uma vaga quando se preparava para desembarcar no Bugio. Ele a ser arrastado e tu a mergulhares atrás dele, salvação!

O teu entendimento das manhas da foz e a tua valentia provocam a seguinte situação: em 1833, numa crise de cólera, morre o patrão (comandante) da falua do Bugio. É tradição que assuma a vaga o remador mais antigo. Mas desta vez todos os remadores pedem ao governador do Forte do Bugio que sejas tu o nomeado, apesar de seres o mais recente. E isso - argumentam eles - porque o patrão deve ser o mais hábil e o mais leal dos marinheiros. O governador não hesita, nomeia-te passas a ser o Patrão Lopes, com direito a morar na Rua Direita de Paço de Arcos, junto àquele que virá a ser o Instituto de Socorros a Náufragos.


Fim da Parte II

Texto de Fernando Correia da Silva

Colaboração do Bardino Vitor Martinez




24 de agosto de 2009

FIGURAS DA VILA 02

PATRÃO JOAQUIM LOPES
1798-1890

UM GOLFINHO A BRINCAR POR ENTRE AS ONDAS?

Filho de pescador, nasceste nos finais do séc. XVIII, à beira-mar, no Algarve, em Olhão. Vais à escola, aprendes a ler, a escrever e a contar, mas aos dez anos já estás a ajudar o teu pai na faina da pesca e logo começas a tratar o mar por tu. Trepas ao mastro, ferras a vela, lanças e puxas as redes, limpas e lavas o convés, manejas remo e croque, mas o que mais impressiona os outros pescadores é a tua assombrosa forma de nadar, pareces um golfinho a brincar por entre as ondas.

Na tua família o dinheiro é escasso. Por isso, aos 19 anos, com a bênção dos teus pais, emigras para Gibraltar, em busca de melhor sorte. Mas não suportas o novo ambiente e, 11 meses depois, tornas a casa. Melhor dizendo: tornas à cabana dos teus pais.

Mais uns mesitos em Quarteira (Algarve) e partes para Lisboa. Dali vais para Paço de Arcos, frente à foz do Tejo, onde vivem muitos algarvios. Seduz-te o choque permanente entre as águas fluviais a abrirem passagem para o mar alto e as do oceano a quererem assaltar o leito do rio...





DE PAÇO D'ARCOS AO BUGIO

Na barra do Tejo há cachopos que afloram à superfície. Próximo da margem esquerda, há também um ilhéu rochoso-arenoso sobre o qual foi levantada a Torre de S. Lourenço da Cabeça Seca. Mas como o nome do ilhéu era Bugio, a fortificação passou a ser conhecida como Forte do Bugio. Sua função: guardar a entrada do Tejo. Mas dali nunca foi e jamais será disparado um tiro de ataque ou defesa, só de alarme. O Bugio acabará por ser convertido apenas em farol. Mas em 1820, quando tu arribas, no Bugio há uma permanente guarnição de 50 militares. E a única ligação que eles têm com terra firme, é a falua que faz a carreira Paço de Arcos - Bugio, ida e volta. Nessa falua vais alistar-te como remador. A soldada é apenas 12 vinténs, mal dá para comer. É por isso que arranjas trabalho complementar em canoas de pesca da barra. Pouco tempo depois consegues adquirir a tua própria canoa. Em consequência, começas a viver mais desafogado.

Durante as travessias da falua para o Bugio e da tua faina de pesca, observas atentamente as variações, quer de sentido, quer de intensidade, das correntes na barra, desde a praia-mar à baixa-mar. Observações mais do que vantajosas para aquela que virá a ser a tua vida.

Fim da Parte I

Texto de Fernando Correia da Silva

Colaboração do Bardino Vitor Martinez



FIGURAS DA VILA 01

Vamos começar hoje neste espaço dedicado à nossa Vila, a publicação de algumas narrativas respeitantes a figuras que, de forma algo marcante, fizeram História nesta localidade.

E como estamos em tempo de Festas, dedicadas ao Mar e aos seus mareantes, nada melhor que começar esta rubrica pela figura de um Homem, com H grande, que ainda hoje é lembrado por todos os paçoarquenses: o Patrão Joaquim Lopes.

Esperamos que com este contributo, possam todos os frequentadores deste blog ficarem com uma ideia mais precisa da História que está por detrás de algumas das personagens mais interessantes e importantes da nossa Vila.

Esperamos também o contributo de todos, Bardinos ou não, para que as narrativas aqui expressas sejam os mais correctas nas suas verdades históricas, abrindo aqui um espaço para que essas narrativas aqui inseridas sejam comentadas e até rectificadas, quando a polémica tiver de se instalar por informações divergentes.

Dado que os textos e as fotos são recolhidos em diversas fontes, que sempre que possível serão identificadas, queremos deixar aqui, desde já, o nosso agradecimento a essas mesmas fontes.


O Bardino Vitor Martinez



20 de agosto de 2009

PALÁCIO DOS ARCOS

Foto: António Passaporte

Paço de Arcos – À volta do centro histórico e não só...

Volto novamente a este assunto, por estar a assistir impávido e quase sereno ao processo de alienação dum espaço cultural que devia ser de todos, para entrega a outros interesses que podem ser muito saudáveis mas que verdadeiramente não são do meu agrado. Folheando a mais recente edição do Oeiras Actual, transcrevo:

… bom exemplo disso mesmo, dessa transversalidade temporal que temos conseguido em termos identitários, é a recente inauguração das obras de reabilitação e ampliação do Palácio do Egipto na vila de Oeiras. Mais do que recuperar paredes (o que fizemos de facto), estamos empenhados em transformar este espaço num eixo central de uma zona criativa e informal, criando uma espécie de “bairro cultural“, onde cafés, música, bares, animações de rua, teatros e exposições, possam interagir entre si, e onde artistas emergentes possam experimentar e criar. Ressalvo que este projecto não é uma acção isolada, como é fácil perceber. Insere-se num mais vasto projecto de requalificação dos centros históricos do Concelho, no qual o património histórico de Oeiras se constituirá como mola impulsionadora do desenvolvimento local.

Continuando:

Assim, o novo Palácio do Egipto é, a exemplo do que sucedeu com o Palácio Anjos em Algés, com a Fábrica da Pólvora em Barcarena, os actuais trabalhos na Quinta Real de Caxias, ou com a aquisição do Palácio do Marquês, entre outros, um importante porta-voz desta nossa determinação política…

Mais ainda na Revista que celebra os 250 anos de existência do Concelho de Oeiras:

DINAMIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE OEIRAS

TRÊS MILHÕES E MEIO DE EUROS

INVESTIDOS NA REABILITAÇÃO DO PALÁCIO DO EGIPTO.

Em inglês:

BREATHING NEW LIFE INTO THE OLD TOWN OF OEIRAS

THREE AND A HALF MILLION

EUROS INVESTED IN THE

REHABILITATION OF THE PALÁCIO

DO EGIPTO (EGYPTIAN PALACE)

Sábias e doutas palavras que muito me envaidecem e alegram enquanto oeirense, mas que me fazem lembrar que também sou paçoarquense; onde estão os investimentos culturais em Paço de Arcos? Que vai ser do Palácio dos Arcos (nem uma linha sobre a existência deste valioso património da nossa vila)? A única coisa que posso constatar é que já está em curso o processo de degradação (é fácil, é barato, dá milhões). Depois é só dizer: como vêem não há outra solução senão alienar pelo melhor preço.


O Bardino Fernando Sampaio


A PENSÃO MOREIRA


Quem não se lembra da saudosa pensão Moreira? Quantos de nós nos idos anos de cinquenta do século passado iniciámos a nossa internacionalização com alegres grupos de espanholas que demandavam as nossas paragens com a convicção de estavam a visitar o melhor sítio do mundo?

Por onde ficou a selecção dos moçambicanos para a preparação da conquista de mais um campeonato do mundo de hockey em patins (facto já referido nos nossos apontamentos)?

E que dizer do Ravella , que integrava um grupo mundial de luta livre, e tinha por hábito numa simples refeição varrer meia dúzia de frangos ou duas centenas de sardinhas assadas, junto à bomba do Abílio, nas instalações do armazém de vinhos?



Pois, da pensão Moreira pode dizer-se que deixou saudades, mas o que verdadeiramente se lamenta é que Paço de Arcos não tenha no seu centro uma simples residencial que estimule a visita e pernoita de forasteiros atraídos pelas nossa belezas (e são bastantes); a rua Costa Pinto, no imóvel agora pertença da câmara situado ao lado da farmácia, ou no espectacular edifício onde funcionou o centro da Mocidade Portuguesa (versus Dany/prof Coelho) seria uma boa resposta a essa necessidade.


O Bardino Fernando Sampaio

19 de agosto de 2009

As Voltas da Vila 01


Conforme prometido cá estou eu novamente a dar conta de alguns pormenores da nossa vila que gostaria de ver melhorados, e que a proximidade das eleições autárquicas deixa esperanças de serem implementadas; não são obras de regime ou de grande fachada, mas actuações simples que vão de encontro aos anseios dos cidadãos.

Ainda sobre a circulação no centro, que eu gostaria de situar na entrada no jardim, não me parece grande solução a saída ser feita exclusivamente pela travessa Forte S. Pedro (mais a marginal), com entroncamento complicado na Cândido dos Reis, onde já se viram veículos de maior porte a braços com grandes problemas de mobilidade. Assim de repente, parece que o prolongamento da Costa Pinto no sentido nascente/poente até ao largo da praça, em vez de interromper junto à Tarantela, permitindo a entrada do tráfego via Olímpio/Apapol, deixando para a Cândido dos Reis sentido único pelo largo 5 de Outubro, com acesso ao jardim, ou pela travessa forte S.Pedro com acesso ao largo do cinema; claro que é uma simples sugestão, sem pretensões de solução ideal, daí a proposta de criação dum grupo de trabalho para estudo das melhores formas de pôr tudo isto a andar (a circulação envolvente da escola primária e do infantário do Núcleo de Instrução e Beneficência tambem me parece merecedor de especial atenção).

Se por qualquer razão esse grupo se vier a constituir e determinar mexidas no já supra mencionado largo do cinema, gostaria de ver no centro da praça levantar-se garboso um candeeiro ou algo que o recorde, como símbolo histórico de muitas e boas reuniões que atravessaram inúmeras juventudes. Dou como exemplo a espera ansiosa pela chegada do Frederico com o Diário Popular ao Domingo, para rapidamente o pessoal se dirigir ao primeiro andar da sede do PA para a conferência dos prognósticos, já com a certeza dos resultados finais da bola.


O Bardino Fernando Sampaio


CULTURA TAMBÉM É VIDA!

(Clique para ampliar)


Dentro daquilo que este grupo associativo "Os Bardinos" pretende fazer para dinamizar e dar a conhecer acontecimentos relacionados com a vivência da nossa Vila, permite-nos desde já convidar todos os visitantes deste blog a estarem presentes na inauguração de mais uma exposição levada a cabo pela Paço de Artes - Associação dos Artistas Plásticos de Paço de Arcos.

Trata-se do 6º Salão da Vila, que terá lugar no Salão Nobre do Clube Desportivo de Paço de Arcos e que terá a sua inauguração no próximo dia 29 de Agosto, pelas 17.00 horas.

O Salão decorrerá até ao final das Festas de Paço de Arcos, ou seja, encerrará no dia 6 de Setembro, último domingo das Festas. Estará patente a todos os que queiram por lá passar, todos os dias das 20.00 às 23.00 horas e ao fim-de-semana também das 16.00 às 18.30 horas.

O Salão contará com obras dos artistas associados da Paço de Artes e também de artistas plásticos convidados, e apresentará trabalhos nas vertentes de Pintura, Escultura e Fotografia.

Em simultâneo a Paço de Artes estará representada também com um stand no recinto das Festas, onde os seus responsáveis se encontrarão presentes para prestar todos esclarecimentos sobre as actividades da associação, assim como mostrar à comunidade em geral, essas mesmas actividades, incluindo a sua história e o que pretende em termos de realizações futuras.

A Paço de Artes gostaria de contar com a sua presença!! Apareça que será Bem-Vindo!!!


O Bardino Vitor Martinez


17 de agosto de 2009

A NOSSA PRAIA 06




Já aqui tínhamos referido e voltamos de novo a referenciar: o estacionamento na nossa praia, como era de esperar, continua caótico e ninguém faz nada para resolver o assunto!!!

Ainda houve a esperança de se poder utilizar o espaço onde se localizava o estaleiro da obra do Passeio Marítimo, mas fizeram o favor de encher aquilo tudo com terra e acabou-se o estacionamento provisório, tão depressa como começou (e ainda não se percebeu para que é aquela terra toda, mas tá bem, deve ser para começar alguma obra depois da época balnear acabar!!!).

A única entidade que continua a esfregar as mãos de contente é a polícia, que continua a multar o pessoal que vais estacionado por ali, pois o parque de estacionamento continua promessa!!!

Assim vamos cantando e rindo na pela nossa bonita vila e pela nossa bonita praia!!!


O Bardino Vitor Martinez


PASSEIO MARÍTIMO 07



Queremos deixar aqui a denúncia para uma situação que cada vez mais se faz sentir no trajecto do Passeio Marítimo quase na sua totalidade, mas principalmente no troço entre a nossa praia e a praia de Santo Amaro.

Trata-se do estado de limpeza em que o mesmo se encontra e que se vai degradando conforme os dias de Verão vão passando!!!

Não só o estado do piso se encontra já muito pouco asseado (eu sei que o "maralhal" não ajuda muito muito, pois os cãezinhos, os chi-chis dos próprios passeantes e outras coisas que por lá se vêem e não se deviam ver...!!!), mas refiro-me principalmente aos pequenos cestos do lixo espalhados pelo percurso, que se encontram sistematicamente cheios e a transbordar com lixo à volta no chão e pendurado nos próprios cestos, pois além de dar mau cheiro ao ambiente não é, com certeza, uma situação muito higiénica.

Ou os cestos são pequenos demais ou têm que os despejar com mais assiduidade. Assim como estão é que não!!!

Aqui fica, à consideração de quem de direito!!!


O Bardino Vitor Martinez


A NOSSA PRAIA 05



Não queremos aqui só criticar, pois achamos que, assim como temos o dever de denunciar aquilo que, em nosso entender, está mal, também queremos deixar aqui expresso aquelas situações que nos merecem algum aplauso.

E neste último caso, queremos deixar aqui expresso o nosso aplauso para a resolução de uma situação que aqui foi denunciada e que entretanto foi resolvida.

Não sabemos se foi por aqui termos denunciado a situação, mas se calhar demos uma ajuda!!!

Referimo-nos ao estado em que estava a passadeira que dava acesso através da praia ao bar-restaurante e que foi desmanchada aquando da obra do Passeio Marítimo e que se encontrava em dois montes, um encostado ao próprio bar e o outro ao muro da Marginal.

Esses dois montes já foram removidos e os locais encontram-se agora devidamente limpos e em bom estado e como deveriam ter ficado logo aquando da desmontagem da passadeira.

Assim já gostamos!!!


O Bardino Vitor Martinez