Festejos ao Senhor Jesus dos Navegantes
"Vem-se aproximando o tempo em que é mister pensar a serio na installação da commissão, que o anno passado, em obediência a antigos usos, foi nomeada para n'este epocha ter a espinhosa missão de realisar os tradiccionaes festejos ao Senhor Jesus dos Navegantes. É de notar que estes festejos não são, entre nós, apenas uma simples festa religiosa, mas também um meio de proporcionar aos banhistas alguns dias de divertimentos e de animar a vida económica de Paço d'Arcos.
Impõe-se a sua realisação não só pelos benéficos resultados que d'ella resultam, mas também porque devido á publicidade dada pela imprensa periódica com a narração dos festejos se torna conhecida esta excellente estancia balnear, attrahindo por consequência grande numero de visitantes n'esse dia, e despertando a outros o desejo de aqui virem veranear.
Ponham-se de parte pequenas divergências, removam-se quasquer difficuldades, dotem-se os que tentam levar a empreza a cabo com a paciência evangélica e teremos o prazer de ver coroados de bom êxito os esforços dos emprehendedores de tal tarefa. Nada de desanimos, não demos ouvidos aos que dizem que taes festas não são precisas, e que sem ellas os banhistas para aqui vêem do mesmo modo, a estes apontemos-lhe o exemplo da cidade de Lisboa, que por intermédio da sua camara vae realisar grandes festejos com o fim de ali chamar concorrência e animar a vida de modo a proporcionarmos aos que aqui vêem n'esta epocha o maior numero de commodidades, e de divertimentos, elles irão procurar outras praias de banhos, que rivalisam com a nossa o que aqui por inércia e desleixo lhes não porporcionarmos.
Imaginem o que aconteceria se a concorrência de banhistas derivasse para outra parte: o commercio teria que fechar as suas lojas, os proprietários ficariam com a suas casas por alugar, e a classe pobre não teria onde applicar a sua actividade que n'esta epocha lhe dá com o que se sustenta no inverno.
É preciso, pois, que os proprietários e commerciantes, ricos e pobres, que todos conforme os seus haveres e na proporção das suas transacções commerciaes concorram sem reluctancia para a realisação de taes festas, pois que uns mais, outros menos todos teem a lucrar directa ou indirectamente com a realisação d'ellas.
Installe-se a commissão, que na colónia balnear encontrará preciosa coadjuvação e protecção, organisem-se regatas, corridas velocipedicas e pedestres, exercícios pela corporação dos bombeiros voluntários, isto além do costumado arraial e da festa religiosa; dê-se a este programma toda a publicidade e nós teremos a satisfação de offerecer aos nossos banhistas e á enorme concorrência de visitantes uma festa digna d'elles e da nossa terra".
In "O Echo", de 3 de Setembro de 1900.
Paço D'Arcos
"A commissão nomeada para levar a effeito as festividades ao Senhor Jesus dos Navegantes não tem descansado um só momento, no intuito de revestir de desusado brilho as festas que hão de realisar-se nos dias 29 e 30 deste méz e 1 de outubro.
A commisão procurou nos últimos domingos em suas casas os juizes da festa srs. condes de Porto Covo e de S, Januário, sendo recebida por suas ex. a com a fina distincção de verdadeiros fidalgos.
Em casa dos drs. Carlos Luz, José Ferrão Castello Branco, conselheiro Luciano Cordeiro, Martin, Polleri e Bento Otero encontrou a commissão o mesmo affectuoso acolhimento.
A subscripção aberta para occorrer ás despezas dos festejos excedeu toda a espectativa, concorrendo para ella indistinctamente a colónia balnear e os habitantes de Paço d'Arcos.
De Lisboa já se receberam numerosas prendas para o bazar, o qual apresentará um aspecto decorativo essencialmente artístico e que ha de produzir sensação pela novidade e bom gosto.
Sabemos que algumas phylarmonicas do concelho, desejando dar uma prova de estima a Paço d'Arcos, virão aqui assistir aos festejos.
Começamos hoje a publicar os nomes das pessoas que tão gentilmente responderam ao apello da commissão enviando prendas para o bazar:
Exm.a sr.a D. Cândida Victoria Sousa Serrão, D. Julieta da Cunha e Oliveira, D. Anna Lúcia Adelaide de Oliveira, D. Felicidade Barata, D. Maria da Encarnação Macedo, D. Elisa Franco de Castro Pinheiro Chagas, D. Augusta da Silva Ferreira, e os srs. Alexandre Sá da Bandeira, Eugênio Alfredo de Souza, dr. Castro Freire e Marques & Duarte".
In "O Echo", de 18 de Setembro de 1900.
Colaboração do Bardino Vitor Martinez.
"Vem-se aproximando o tempo em que é mister pensar a serio na installação da commissão, que o anno passado, em obediência a antigos usos, foi nomeada para n'este epocha ter a espinhosa missão de realisar os tradiccionaes festejos ao Senhor Jesus dos Navegantes. É de notar que estes festejos não são, entre nós, apenas uma simples festa religiosa, mas também um meio de proporcionar aos banhistas alguns dias de divertimentos e de animar a vida económica de Paço d'Arcos.
Impõe-se a sua realisação não só pelos benéficos resultados que d'ella resultam, mas também porque devido á publicidade dada pela imprensa periódica com a narração dos festejos se torna conhecida esta excellente estancia balnear, attrahindo por consequência grande numero de visitantes n'esse dia, e despertando a outros o desejo de aqui virem veranear.
Ponham-se de parte pequenas divergências, removam-se quasquer difficuldades, dotem-se os que tentam levar a empreza a cabo com a paciência evangélica e teremos o prazer de ver coroados de bom êxito os esforços dos emprehendedores de tal tarefa. Nada de desanimos, não demos ouvidos aos que dizem que taes festas não são precisas, e que sem ellas os banhistas para aqui vêem do mesmo modo, a estes apontemos-lhe o exemplo da cidade de Lisboa, que por intermédio da sua camara vae realisar grandes festejos com o fim de ali chamar concorrência e animar a vida de modo a proporcionarmos aos que aqui vêem n'esta epocha o maior numero de commodidades, e de divertimentos, elles irão procurar outras praias de banhos, que rivalisam com a nossa o que aqui por inércia e desleixo lhes não porporcionarmos.
Imaginem o que aconteceria se a concorrência de banhistas derivasse para outra parte: o commercio teria que fechar as suas lojas, os proprietários ficariam com a suas casas por alugar, e a classe pobre não teria onde applicar a sua actividade que n'esta epocha lhe dá com o que se sustenta no inverno.
É preciso, pois, que os proprietários e commerciantes, ricos e pobres, que todos conforme os seus haveres e na proporção das suas transacções commerciaes concorram sem reluctancia para a realisação de taes festas, pois que uns mais, outros menos todos teem a lucrar directa ou indirectamente com a realisação d'ellas.
Installe-se a commissão, que na colónia balnear encontrará preciosa coadjuvação e protecção, organisem-se regatas, corridas velocipedicas e pedestres, exercícios pela corporação dos bombeiros voluntários, isto além do costumado arraial e da festa religiosa; dê-se a este programma toda a publicidade e nós teremos a satisfação de offerecer aos nossos banhistas e á enorme concorrência de visitantes uma festa digna d'elles e da nossa terra".
In "O Echo", de 3 de Setembro de 1900.
Paço D'Arcos
"A commissão nomeada para levar a effeito as festividades ao Senhor Jesus dos Navegantes não tem descansado um só momento, no intuito de revestir de desusado brilho as festas que hão de realisar-se nos dias 29 e 30 deste méz e 1 de outubro.
A commisão procurou nos últimos domingos em suas casas os juizes da festa srs. condes de Porto Covo e de S, Januário, sendo recebida por suas ex. a com a fina distincção de verdadeiros fidalgos.
Em casa dos drs. Carlos Luz, José Ferrão Castello Branco, conselheiro Luciano Cordeiro, Martin, Polleri e Bento Otero encontrou a commissão o mesmo affectuoso acolhimento.
A subscripção aberta para occorrer ás despezas dos festejos excedeu toda a espectativa, concorrendo para ella indistinctamente a colónia balnear e os habitantes de Paço d'Arcos.
De Lisboa já se receberam numerosas prendas para o bazar, o qual apresentará um aspecto decorativo essencialmente artístico e que ha de produzir sensação pela novidade e bom gosto.
Sabemos que algumas phylarmonicas do concelho, desejando dar uma prova de estima a Paço d'Arcos, virão aqui assistir aos festejos.
Começamos hoje a publicar os nomes das pessoas que tão gentilmente responderam ao apello da commissão enviando prendas para o bazar:
Exm.a sr.a D. Cândida Victoria Sousa Serrão, D. Julieta da Cunha e Oliveira, D. Anna Lúcia Adelaide de Oliveira, D. Felicidade Barata, D. Maria da Encarnação Macedo, D. Elisa Franco de Castro Pinheiro Chagas, D. Augusta da Silva Ferreira, e os srs. Alexandre Sá da Bandeira, Eugênio Alfredo de Souza, dr. Castro Freire e Marques & Duarte".
In "O Echo", de 18 de Setembro de 1900.
Colaboração do Bardino Vitor Martinez.
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