Por Vontade do Povo
A procissão do Senhor Jesus dos Navegantes voltou a desfilar nas ruas de Paço de Arcos
"os devotos exigiram afastamento do pároco da freguesia".
Devido a divergências surgidas entre o prior de Paço de Arcos e os paroquianos daquela freguesia, a saída da Procissão do Senhor Jesus dos Navegantes, que tradicionalmente se realiza no dia 25 de Agosto, integrada no programa dos festejos locais, esteve, este ano, seriamente comprometida.
Manifestando o seu desagrado pelo facto de o povo não ter conparecido ás reuniões para que fora convocado e devido á ausência das 50 pessoas encarregadas de organizar a procissão, o Prior de Paço de Arcos, Rev. Cândido Poli, da Ordem dos Missionários Comboníanos, recusara-se a efectuar a cerimónia.
Nem mesmo um grupo de homens e mulheres que, posteriormente, se apresentou na igreja, com o propósito de colaborar, o levou a desistir da decisão tomada. Em tais circunstancias, o litígio continuou, a partir daí, com maiores e mais graves consequências. Nas ruas, ás mesas dos cafés e á porta dos estabelecimentos, o caso passou, nos últimos dias, a ser objecto dos mais vivos protestos.
Contudo, a procissão do Senhor Jesus dos Navegantes saiu ontem para a rua, por vontade de milhares de pessoas que, vindas de todas as freguesias mais próximas, souberam cumprir, com o maior civismo, essa tradição secular.
Nem tudo, porém, se tornou fácil para os habitantes de Paço de Arcos. No passado sábado, e uma vez que o prior, não obstante a insistência dos paroquianos, se recusava a autorizar a organização da procissão, muitos populares concentraram-se junto á igreja nova e dali não saíram sem levar a imagem do Senhor Jesus dos Navegantes, que foi, transportada para a antiga capela de Paço de Arcos, onde mui-tos daqueles permaneceram em vigilância durante toda a noite.
Entretanto, algumas comissões para o efeito constituídas, participaram o que se passava ao Patriarcado, ás Forças Armadas e á P.S.P. encontrando por parte dessas entidades o maior apoio para a realização da cerimónia, mesmo sem a presença do pároco.
Contudo, a procissão do Senhor Jesus dos Navegantes saiu ontem para a rua, por vontade de milhares de pessoas que, vindas de todas as freguesias mais próximas, souberam cumprir, com o maior civismo, essa tradição secular.
Nem tudo, porém, se tornou fácil para os habitantes de Paço de Arcos. No passado sábado, e uma vez que o prior, não obstante a insistência dos paroquianos, se recusava a autorizar a organização da procissão, muitos populares concentraram-se junto á igreja nova e dali não saíram sem levar a imagem do Senhor Jesus dos Navegantes, que foi, transportada para a antiga capela de Paço de Arcos, onde mui-tos daqueles permaneceram em vigilância durante toda a noite.
Entretanto, algumas comissões para o efeito constituídas, participaram o que se passava ao Patriarcado, ás Forças Armadas e á P.S.P. encontrando por parte dessas entidades o maior apoio para a realização da cerimónia, mesmo sem a presença do pároco.
O povo exigiu o afastamento do pároco local
É o desejo unânime do povo, a despeito de todas as contrarieades transformou-se em ordem. Cerca das 77 h, de ontem, tal como estava previsto, o andor do Senhor Jesus dos Navegantes, seguido da fanfarra de clarins e tambores dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos, e de milhares de fiéis, voltou a percorrer, mais uma vez, as ruas da localidade, tanbém apinhadas de gente.
Sem as habituais cerimónias, mas revelando bem a devoção de todos quantos nela se incorporaram, a procissão do Senhor Jesus dos Navegantes constituiu, sem duvida, uma das mais espontâneas manifestações de fé dos últimos anos.
Percorridas as principais artérias da vila, a imagem recolheu á velha capela, onde ficou exposta até ao fim do dia. Antes, porém, a multidão, saudando calorosamente os elementos dos bombeiros voluntários e as forças da PS.P, que mantiveram a ordem durante todo o percurso, exigiu o afastamento do padre Cândido Poli bem como a sua imediata substituição.
Esta exigência, aliás, foi ainda manifestada com maior insistência quando o paroquiano Amilcar de Oliveira Tavares, responsável pela orientação do cortejo, afirmou que "a procissão, especialmente este ano, teria sido digna da presidência de um cardeal, mas nunca de um padre tão prepotente, como o é o da freguesia de Paço de Arcos".
É o desejo unânime do povo, a despeito de todas as contrarieades transformou-se em ordem. Cerca das 77 h, de ontem, tal como estava previsto, o andor do Senhor Jesus dos Navegantes, seguido da fanfarra de clarins e tambores dos Bombeiros Voluntários de Paço de Arcos, e de milhares de fiéis, voltou a percorrer, mais uma vez, as ruas da localidade, tanbém apinhadas de gente.
Sem as habituais cerimónias, mas revelando bem a devoção de todos quantos nela se incorporaram, a procissão do Senhor Jesus dos Navegantes constituiu, sem duvida, uma das mais espontâneas manifestações de fé dos últimos anos.
Percorridas as principais artérias da vila, a imagem recolheu á velha capela, onde ficou exposta até ao fim do dia. Antes, porém, a multidão, saudando calorosamente os elementos dos bombeiros voluntários e as forças da PS.P, que mantiveram a ordem durante todo o percurso, exigiu o afastamento do padre Cândido Poli bem como a sua imediata substituição.
Esta exigência, aliás, foi ainda manifestada com maior insistência quando o paroquiano Amilcar de Oliveira Tavares, responsável pela orientação do cortejo, afirmou que "a procissão, especialmente este ano, teria sido digna da presidência de um cardeal, mas nunca de um padre tão prepotente, como o é o da freguesia de Paço de Arcos".
As festividades prosseguem até final da semana
As tradicionais festividades em honra do Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos, prolongam-se até ao final da semana, com diversas manifestações de carácter recreativo, cultural e desportivo. Entretanto, no Jardim Público, na Avenida Marquês de Pombal, prossegue, com grande animação, o arraial popular, que inclui, além de outros atractivos e divertimentos, esplanadas e restaurante.
Além das touradas, que já relatámos, eram sempre muito acarinhadas as cavalhadas, que se disputavam na parte central da Avenida Marquês de Pombal, e uma outra vez junto ao rio num espectáculo de beleza e entusiasmo e que vieram, infelizmente, a deixar de se disputar a partir de 1971, tendo apenas mais uma presença esporádica nos terrenos da Escola Náutica.
As cavalhadas vêem as suas raízes nos torneios disputados na Idade Média, servindo outrora de exercício militar no intervalo das guerras, bem como da prática galante em voga nas Cortes.
Reservadas em tempos remotos apenas aos cavaleiros e escudeiros, consistiam numa sequência de jogos a cavalo com canas e argolinhas, ou com armas verdadeiras, embora embotadas, como aconteceu nas festas municipais de 1415, em que o próprio Rei D. Afonso V participou.
Nas festas do Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos a disputa das cavalhadas, que se processou anos a fio, era um espectáculo sempre do inteiro agrado de numerosíssima assistência, tendo-se, nalgumas ocasiões, recorrido a extensas bancadas cedidas pela Casa Pia ou pela Câmara de Lisboa.
O jogo consiste em os cavaleiros, montados nos respectivos cavalos, partirem de um ponto marcado, um de cada vez, tentando enfiar a sua lança numa argola que, ao ser acertada, faz abrir-se a porta de uma pequena gaiola, arrastando consigo o prémio - um galo, coelho ou pombo a que estava ligado por um fio.
As tradicionais festividades em honra do Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos, prolongam-se até ao final da semana, com diversas manifestações de carácter recreativo, cultural e desportivo. Entretanto, no Jardim Público, na Avenida Marquês de Pombal, prossegue, com grande animação, o arraial popular, que inclui, além de outros atractivos e divertimentos, esplanadas e restaurante.
Além das touradas, que já relatámos, eram sempre muito acarinhadas as cavalhadas, que se disputavam na parte central da Avenida Marquês de Pombal, e uma outra vez junto ao rio num espectáculo de beleza e entusiasmo e que vieram, infelizmente, a deixar de se disputar a partir de 1971, tendo apenas mais uma presença esporádica nos terrenos da Escola Náutica.
As cavalhadas vêem as suas raízes nos torneios disputados na Idade Média, servindo outrora de exercício militar no intervalo das guerras, bem como da prática galante em voga nas Cortes.
Reservadas em tempos remotos apenas aos cavaleiros e escudeiros, consistiam numa sequência de jogos a cavalo com canas e argolinhas, ou com armas verdadeiras, embora embotadas, como aconteceu nas festas municipais de 1415, em que o próprio Rei D. Afonso V participou.
Nas festas do Senhor Jesus dos Navegantes, em Paço de Arcos a disputa das cavalhadas, que se processou anos a fio, era um espectáculo sempre do inteiro agrado de numerosíssima assistência, tendo-se, nalgumas ocasiões, recorrido a extensas bancadas cedidas pela Casa Pia ou pela Câmara de Lisboa.
O jogo consiste em os cavaleiros, montados nos respectivos cavalos, partirem de um ponto marcado, um de cada vez, tentando enfiar a sua lança numa argola que, ao ser acertada, faz abrir-se a porta de uma pequena gaiola, arrastando consigo o prémio - um galo, coelho ou pombo a que estava ligado por um fio.
Habitualmente, o cavaleiro, ao obter êxito na sua investida, oferecia o prémio à sua madrinha ou a qualquer personalidade que pretendesse homenagear, no que, eventualmente, era considerada a dama de sua afeição, aos progenitores ou político presente.
Grandes figuras passaram pelas cavalhadas de Paço de Arcos. Casimiro, D. António da Lousa, D. José, D. Alexandre de Mascarenhas, e mais tarde D. António de Mascarenhas, Dr. João Moreira Melo, os vários Baptistas de Porto Salvo, os cavaleiros tauromáquicos Frederico Cunha e Emídio Pinto e sua irmã Margarida Pinto, o benjamim dos concorrentes.
As cavalhadas eram precedidas de polícromo cortejo alegórico, com os cavaleiros impecavelmente trajados à Marialva, corcoveando nas suas montadas ricamente ajaezadas e alguns carros engalanados a rigor, transportando as madrinhas e as lanças para os concursos.
Em regra, o desfile começava no ex-matadouro de Paço de Arcos, que ainda funcionava, e percorria as principais ruas da vila, alegremente acompanhado por uma banda de música que ficava para abrilhantar o torneio que se desenrolava na parte central do nosso jardim, ou, excepcionalmente nos anos 30 junto ao molhe do lado do rio.
Grandes figuras passaram pelas cavalhadas de Paço de Arcos. Casimiro, D. António da Lousa, D. José, D. Alexandre de Mascarenhas, e mais tarde D. António de Mascarenhas, Dr. João Moreira Melo, os vários Baptistas de Porto Salvo, os cavaleiros tauromáquicos Frederico Cunha e Emídio Pinto e sua irmã Margarida Pinto, o benjamim dos concorrentes.
As cavalhadas eram precedidas de polícromo cortejo alegórico, com os cavaleiros impecavelmente trajados à Marialva, corcoveando nas suas montadas ricamente ajaezadas e alguns carros engalanados a rigor, transportando as madrinhas e as lanças para os concursos.
Em regra, o desfile começava no ex-matadouro de Paço de Arcos, que ainda funcionava, e percorria as principais ruas da vila, alegremente acompanhado por uma banda de música que ficava para abrilhantar o torneio que se desenrolava na parte central do nosso jardim, ou, excepcionalmente nos anos 30 junto ao molhe do lado do rio.
Colaboração do Bardino Vitor Martinez.
Sem comentários:
Enviar um comentário