15 de setembro de 2009

FIGURAS DA VILA 09

JESUS CORREIA
"FAIR-PLAY"
1924-2003


A vida de JESUS CORREIA consubstancia as virtudes que devem possuir todos aqueles que ostentem com orgulho a camisola do CDPA.

São raros os desportistas que no decurso da sua carreira atingem o elevado grau de prestígio a que subiu Jesus Correia. Às suas invulgares qualidades de jogador aliou sempre impecável correcção de verdadeiro desportista e de irreprensível conduta, quer dentro quer fora do jogo.

"Jesus Correia conheceu a maior glória desportiva. Saboreou até à última gota os variados e clamorosos triunfos. Mas nunca se deixou embriagar pelos êxitos e pela fama. Em todos os actos da sua vida foi calmo, ponderado, honesto, e soube grangear e conservar amizades sinceras."

Serviu o Paço de Arcos com exemplar dedicação, mantendo sempre um correctissimo trato com os companheiros, dirigentes e admiradores.

O prémio "Fair-Play" de 1983, atribuído pelo Comité Olímpico Português a desportistas de excepcional eleição, não só distinguiu o inigualável currículo de Jesus Correia, mas também enalteceu o salutar exemplo de todos os que "procuram no desporto a dignificação do Homem".

Jesus Correia foi grande entre os maiores.

Por isso, o Clube Desportivo de Paço de Arcos honra-se dele e resgista-o no coração como um símbolo de orgulho e de inexcedível relevo.

António de Jesus Correia nasceu em Paço de Arcos no dia 3 de Abril de 1924 e faleceu a 30 de Novembro de 2003. Representou o Paço de Arcos em futebol e hóquei em patins, tendo feito a sua estreia pelo Paço de Arcos Sports Clube, actuando durante a época de 1941/42 .

Foi fundador do Paço de Arcos Hóquei Clube (sócio nº 11) e do Clube Desportivo de Paço de Arcos (sócio nº 7).

Em 16 de Abril de 1955 foi homenageado no Pavilhão dos Desportos de Lisboa, hoje Pavilhão Carlos Lopes, e o Paço de Arcos homenageou-o com um festival desportivo de 23 a 30 de Junho de 1984.

Foi campeão de Lisboa 6 vezes; Campeão Nacional 8 vezes; Campeão da Europa 6 vezes; Campeão do Mundo 6 vezes; Campeão do Torneio de Montreux 4 vezes; Campeão da Taça de Honra do Sul 5 vezes; Campeão do Torneio de Abertura 2 vezes; Campeão do Torneio de Outono 1 vez; Vice-Campeão da Europa e do Mundo 2 vezes.

Foi internacional 142 vezes. Pela selecção de Portugal marcou mais de 2.000 golos. Seleccionador Nacional de 1958 até 1960.

Membro da Comissão do Pavilhão e Membro do Conselho Geral.

Tem as seguintes condecorações: Medalha de Mérito Desportivo; Medalha de Mérito da Federação Portuguesa de Patinagem; Medalha de Ouro de "Bons Serviços da Câmara Municipal de Oeiras"; Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa; Medalha de Ouro da Cidade do Porto; Medalha de Ouro de Mérito e Dedicação do CDPA; Prémio "Fair-Play" do Comité Olímpico Português; Sócio Benemérito do CDPA.

Jesus Correia também jogou futebol no Sporting Clube de Portugal, onde foi Campeão Nacional 7 vezes e conquistou a Taça de Portugal por 3 vezes. Foi internacional pela nossa selecção por 13 vezes. Marcou 158 golos ao serviço do Sporting e 3 golos pela Selecção. No Sporting formou com Vasques, Peyroteu, Travassos e Albano a célebre linha avançada dos "5 Violinos".

Uma recordação inesquecível: O Sporting realizou um jogo em Madrid, com o Atlético, no estádio Metropolitano. Foi no dia 5 de Setembro de 1948. O jogo era de carácter particular e o Sporting venceu por 6-3. Jesus Correia marcou os seis golos!!!

Era assim o nosso "Necas", como carinhosamente era tratado!!!


No Paço de Arcos Hóquei Clube.
De pé, da esquerda para a direita: José Raposo, Manuel Gomes e Jesus Correia.
No primeiro plano, pela mesma ordem: Correia dos Santos, Emídio Pinto e Carlos Vieira.



Disputando a bola com Feliciano(?) do Belenenses.



Os 5 Violinos.
Da esq. para a dt.: Jesus Correia, Vasques, Peyroteu, Travassos e Albano.




Colaboração do Bardino Vitor Martinez


1 comentário:

Fernando Reigosa disse...

Vitor,

em nome da Bardinada, quero felicitar-te pelo extraordinário trabalho que estás a desenvolver em realçe das verdadeiras figuras de Paço de Arcos, competência de todos os Bardinos.

A minha capacidade de trabalho não se compara à tua, tãopouco a imaginação, mas com este exemplo só me resta esforçar-me para te fazer companhia (minímamente).

Espero que com o aproximar de tempos mais propícios (que convidam a ficar em casa), possam os restantes companheiros puxar das verves e memórias para nos ajudarem a enriquecer este património.