23 de outubro de 2009

MEMÓRIAS DA BARDINAGEM 08


Tínhamos dito que, por agora, iríamos ficar por aqui quanto às nossas memórias e recordações, mas, entretanto, o Bardino Fernando Reigosa, com a sua acutilante oportunidade, fez-nos chegar às mãos este texto, que passamos a reproduzir, e que julgamos importante aqui, desde já, dar conhecimento.

Aqui fica então esse texto, intitulado

OS LIMAS


Em sequência das recordações "genéricas nacionais" do meu grande amigo e companheiro Bardino Vitor Martinez, vou transcrever sem nenhuma espécie de autorização, mas iria jurar que a autora só poderá ficar feliz com a minha iniciativa, - e eu não a conheço - um artigo "captado" no Jornal de Oeiras de 13 de Outubro passado:

“Lágrimas para o Jardim de Paço de Arcos"

Pouco mais havia que um quiosque no meio de Paço de Arcos quando os "LIMAS" chegaram. Depois transformou-se o quiosque num café com um varandim, e à volta cresceu a esplanada onde, nas noites de verão, todos nos encontrávamos. Mesmo no Inverno os "LIMAS" eram um lugar com gente.

O Jardim levou algumas voltas com melhorias, de um lugar para pássaros e um parque infantil.

Anos passaram até que um dia grandes mudanças: desapareceu o varandim, passou a restaurante e a esplanada começou a estiolar. E de menos em menos fechou. Está fechado o café do Jardim de Paço de Arcos.

Como foi possível, como é possível, que não se encontre uma solução para continuar aberto este espaço?

Dizem que é a burocracia, outros que a CMO pretende uma renda exagerada. É verdade que a população envolvente, entretanto, terá envelhecido e haverá uma certa desertificação. Mas nada, mesmo nada é desculpa para que este espaço esteja há tanto tempo fechado, dada a importância do local de encontro para a população da baixa de Paço de Arcos”.

Não só subscrevo por inteiro a prosa desta nossa amiga (quer queira, quer não queira), como reforço aspectos fundamentais da vivência desta terra . "Os Limas", como eram carinhosamente apelidados, fazem parte quase única da memória colectiva de Paço de Arcos.

Tenho imensa dificuldade em espraiar tudo o que me vai na alma de recordação do sítio e dos pedaços de vida que por lá deixei.

Refiro apenas uma, fundamental na minha formação de homem. O conhecimento e as inúmeras trocas de ideias e argumentos das coisas desta vida que troquei com um gajo que mais tarde passei a considerar um dos meus (verdadeiros) grandes amigos, e quase que "farol" nos meus trajectos: o José de Castro.

Depois há uma heterogeneidade de coisas que seria, neste momento, muito difícil de enumerar, todas elas ligadas quase que umbilicalmente aos "Limas" e, em particular àquele varandim.

Faço daqui um apelo desesperado (quase que) a todos os que passem os olhos por esta mísera prosa, e tenham o mesmo tipo de recordações: escrevam, telefonem, mandem pelo correio, entreguem a alguém conhecido, marquem entrevistas, conversem connosco, eu sei lá, não fiquem é escondidos no buraco, soltem as memórias, é disso que precisamos. Por amor de Deus como diria a minha avozinha.



Colaboração do Bardino Fernando Reigosa.



1 comentário:

Fernando Reigosa disse...

Ó pessoal visitante , atão?????
Ninguém tem memória dos Limas. Recuso-me a acreditar. Tantas e tantas boas recordações! Ninguém se lembra dos (diversos) grupos de 'banhistas' que integravam uns quantos de nós e, ás vezes, de pessoal do quartel? Das questiúnculas inter-grupos, da agitação dos namoros veraneios????
Das conversas na varanda com decisões definitivas sobre o nosso futuro próximo, pessoal e colectivo???? Das grandes decisões sobre os destinos do mundo????????
Tá tudo amorfo?? Tenho dificuldade em aceitar. Para já levo isto à conta da preguiça. Depois tenho que partir para o insulto, que ás vezes funciona.