18 de dezembro de 2009

AJUDAR AS CRIANÇAS DE TIMOR


Os Bardinos estão atentos não só ao que se passa na nossa vila, como também ao que se vai passando por esse mundo fora.

É o caso deste pedido que nos chegou via e-mail e que, com todo o gosto, aqui divulgamos.


Caros amigos,

Alguns sabem e outros nem por isso (e assim aqui vai a notícia) mas estou em Timor a dar aulas na UNTL (Universidade Nacional de Timor Leste) no âmbito de uma colaboração com a ESE do Porto.

Aquilo que vos venho pedir é o seguinte: livros. Não vou dar a grande conversa que é para montar uma biblioteca ou seja o que for, porque não é. O que se passa é o seguinte... não sei muito bem como funcionam as instituições, nem fui mandatada para angariar seja o que for, mas o que é certo é que sou (somos!) muitas vezes abordados na rua por pessoas que desejariam aprender português mas não possuem um livro sequer e vão pedindo, o que é muito bom.

O que é certo é que a minha biblioteca pessoal não suportaria tanta pressão e nem eu, nos míseros 50 quilos a que tive direito na viagem, pude trazer grande coisa para além dos livros de trabalho de que necessito.



COMO MANDAR?

Basta dirigirem-se aos correios (CTT) e mandarem uma encomenda tarifa económica para Timor (insistam porque nem todos os funcionários conhecem este tarifário!) e mandam a coisa por 2,49 €. Claro que a encomenda não pode exceder os 2 quilos para poder ser enviada por este preço.

Devem enviar as encomendas em meu nome (Joana Alves dos Santos) para:
Embaixada de Portugal em Díli
Av. Presidente Nicolau Lobato
Edifício ACAIT
Díli - TIMOR LESTE



E O QUE MANDAR?

Mandem por favor livros de ficção, romances, novela, ensaio, livros infantis etc, etc. Evitem gramáticas e manuais escolares. Dicionários, mesmo que um pouquinho desatualizados são bem vindos.

Este critério é meu e explico porquê. Alguns timorenses (estudantes e não só) são um bocado fixados em aprender gramática mas ainda não têm os skills básicos de comunicação. Parece-me melhor ideia que possam ler outras coisas, deixar-se apaixonar um bocadinho pelas histórias mesmo que não entendam as palavras todas, do que andarem feitos tolinhos a marrar manuais e gramáticas. O caso dos dicionários é outro. Um aluno, por exemplo, usa um dicionário português-inglês para tentar adivinhar o significado das palavras. Como o inglês dele também não é grande charuto imaginam como é a coisa.

Bom, espero ter vendido bem o peixe do povo timorense. Falam pouco e mal mas na sua grande maioria manifesta simpatia pela língua portuguesa. De qualquer forma isto não vai lá (muito sinceramente) com umas largas dezenas de professores portugueses por cá. É preciso ter a língua a circular em vários meios e suportes. Espero que respondam ao meu apelo!! Eu por cá andarei sempre com um livrito na carteira para alguém que peça!


Joana Alves dos Santos



Colaboração d'Os Bardinos.


1 comentário:

Fernando Reigosa disse...

Esta Joana merece todo onosso carinho e empenhamento. Por mim posso garantir que vou enviar tudo auanto já me seja excedentário, pelo que não sei quem faz um favor a quem.
Explico.
Tenho três filhos e três netos (de momento). Procurei incutir o gosto de leitura em todos eles. Dos três filhos houve interesse degradado em razão directa das idades. Dos netos, o 'outcome' é muito limitado.
Compreensívelmente. Os meios de comunicação simplesmente explodiram nos últimos 20 anos. E com o advento da 'internet' cuja qual o mais velho (5 anos) já manuseia, eventualmente, melhor do que eu o livro tornou-se como que obsoleto, por muito que nos custe.
Razão pela qual me tenho vindo a desfazer das minhas colecções que, inocentemente, pensei um dia que fariam o gáudio dos mais novos.
Coisas da vida, ou do seu progresso, porque é disso que se trata. Não selamos saudosistas só porque sim.
Os Timorenses que usufruam, já que parecem bem acompanhados.