7 de fevereiro de 2010

RECORDAR É VIVER

Pois é. Recordar é viver e foi isso que outro dia, ou outra noite, para ser mais rigoroso, tornei a (re)viver os meus tempos de meninice, quando, andando a fazer zapping por alguns blogs aqui na net, dei de caras com um bloco extraordinário, rigoroso, minucioso e outras coisas acabadas em "oso", tal o seu conteúdo me fez vibrar.

Desde já quero deixar aqui a minha recomendação sincera para que todos aqueles que gostem de recordar a sua infância e se ela tiver decorrido nos chamados anos 50/60/70, que visitem o blog "SANTA NOSTALGIA", pois ali encontrarão largos momentos de puro prazer ao revisitar tantas memórias.

Uma dessas memórias que me fez (re)viver esses anos, foi uma referência ao "Cartão Brinde Popular", que desde esses tempos idos dos anos 60 nunca mais tinha visto em qualquer lado.

Com a devida vénia ao blog "Santa Nostalgia", gostaria de deixar aqui reproduzido essa mesma referência, tal e qual a podem encontrar nesse blog.

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Cartão Brinde Popular - Qual o jogador preferido?



No final dos anos 60 e princípios de 70, recordo-me da existência de um jogo de sorte, chamado de "Cartão Brinde Popular", que estava disponível tanto nas mercearias, tascas e quitanda da aldeia, como também era adquirido e despachado por alguns dos rapazes mais velhos da escola, que assim ganhavam uns tostões.

O jogo consistia num cartão com as dimensões aproximadas de 190 x 140 mm, revestido num dos lados por papel de cor. Havia de várias cores. No papel colorido eram estampados os nomes de jogadores de futebol das principais equipas do campeonato nacional, ou seja, o Benfica, o Sporting, o FC do Porto e o Belenenses, por serem os mais populares e que a malta coleccionava nos saudosos cromos de caramelos.

Os cartões que aqui se reproduzem são dos anos 60 e a equipa do Benfica é constituída por jogadores como José Henriques, Humberto, Jaime Graça, José Augusto, Eusébio, Torres, Coluna e Simões. O Sporting apresentava Damas, Pedro Gomes, José Carlos, Hilário, Morais e Marinho, entre outros, enquanto que o FC do Porto era representado por Américo, Bernardo da Velha, Valdemar, Atraca, Pinto, Djalma e Nóbrega, entre outros mais. No Belenenses pontuavam o J.Pereira, o Rodrigues, Abdul, Vicente, Pelezinho e Lira, entre outros colegas.

Por baixo de cada nome era indicada uma quantia em centavos de escudo. Este valor era oculto por um papel circular, também colorido. O objectivo consistia em escolher o jogador da nossa preferência, como uma espécie de aposta. Uma vez escolhido o jogador era descolado o papel circular e o apostador tinha que pagar ao dono do cartão o valor ali indicado. Por sua vez no respectivo espaço era anotado com lápis o nome do apostador. Quando todo o cartão estivesse jogado, perante o maior número de interessados, era recortada a zona central, onde tinha um ponto de interrogação, debaixo do qual estava um papel colado com o nome do jogador da sorte. Ao apostador que assim lograsse ter escolhido o jogador surpresa, era atribuído um "chorudo" prémio, também em dinheiro, parte da receita total do cartão, normalmente 25 tostões ou até mesmo 5 escudos, o que na época era uma pequena fortuna. Tudo dependia do valor total de cada aposta.


Estes cartões eram produzidos por fábricas da especialidade, normalmente ligadas à venda de brindes, que também vendiam os famosos cartazes de furos. No entanto, alguns rapazes mais expeditos, produziam eles próprios os seus cartões e vendiam-nos pela classe. Normalmente eram feitos com cartão e com o papel colorido aproveitado de alguns sacos de ração de gado, que normalmente apresentavam umas largas faixas coloridas, mostrando-se adequados para o efeito. O meu irmão mais velho era um exímio fabricante destes cartões e conseguia ganhar uns valentes tostões, que assim davam para adquirir umas lambarices aos Domingos na tasca do lugar ou numa das várias romarias da região.

Claro que nesta situação, o fabricante sabia qual o jogador surpresa pelo que, por vezes, quando o resto da malta apostadora descobria ou desconfiava de batota ou favorecimento de alguém, ao qual era desde logo revelado sorrateiramente o jogador surpresa, aí havia batatada da brava, ou seja, porrada de "criar bicho". Portanto nessa altura já era complicado ser-se "empresário" do jogo.


Cromos de caramelos de alguns dos jogadores indicados no Cartão Brinde Popular:













Colaboração do Bardino Vitor Martinez.


2 comentários:

Fernando Reigosa disse...

Companheiro e amigo Bardino Vitor Martinez; é disto que eu gosto, recordar também é viver, e que lamento que os nossos com-tertúlicos ainda não tenham percebido, ou limpo o sebo dos ombros. Porque afinal é muito, mas mesmo muito simples.
Desabafo feito, recordo que esse tal de Rodrigues, defesa direito e capitão do Belenenses e da selecção Nacional, á época, vive, sempre viveu, em Paço de Arcos, e pode ser avistado pelas ruas do centro histórico com grande frequência.
Foi companheiro de outros internacionais Belenenses da mesma época, um, de sua graça Quaresma, tio do actual 'cigano', outro, o único defesa central neste mundo capaz de ter 'secado' o Pelé, sem uma única 'sarrafada' - Vicente; teve que abandonar cedo devido a um acidente de automável, onde perdeu um olho. Era irmão do célebre Matateu, que jogou futebol profissional para lá dos 50 anos, e ainda recentemente devidamente homenageado pelo seu clube de sempre.
Assim outros seguissem estes bons exemplos.

Alexandre disse...

Excelente Post!
Se não visse estes cartões aqui nunca mais me iria lembrar deles.
E Tantos que eu vendi!

Bem hajam